Ciro Gomes voltou ontem à noite a Fortaleza. Veio da Europa, onde passou alguns dias a passear com sua namorada.
Cerca de 5 mil pessoas – mobilizadas sob a liderança do irmão e recém eleito senador Cid Gomes – lotaram o Aeroporto Pinto Martins. Tiveram de esperar até as 22h30min, quando, duas horas depois do previsto, o avião da TAP pousou.
Com palavras de ordem, Ciro foi recepcionado. Ele acenou para a multidão e, quase na velocidade de Usain Bolt, desapareceu, esquivando-se dos muitos jornalistas que esperavam ouvir dele uma palavra sobre sua posição em relação ao segundo turno da eleição presidencial que se travará amanhã, 28.
Fernando Haddad, o presidenciável do PT, que apostava num explícito apoio de Ciro à sua candidatura, não deve ter dormido de ontem para hoje. Ciro nada disse nem contra Bolsonaro, nem a favor de Haddad. Deverá fazê-lo neste sábado – é o que espera o comando da campanha do PT.
Imaginemos que Ciro diga, com todas as letras, que Haddad é o melhor para o Brasil e que Bolsonaro é o perigo que ameaça a democracia brasileira.
Surge a pergunta: haverá tempo de essa declaração repercutir na pesquisa que desde ontem o Ibope e o Datafolha estão a realizar Brasil afora, na última apuração da preferência do eleitorado sobre a sucessão presidencial antes do pleito de domingo? Resposta no Jornal Nacional da Rede Globo, às 20h30 de hoje.
Ciro é o nome mais forte para liderar a oposição brasileira qualquer que seja o vencedor da eleição presidencial de amanhã. Uma declaração sua a favor de Haddad – caso este venha a ser derrotado, como indicam as últimas pesquisas – reduzirá a força que Ciro tem hoje.
Por isso, talvez ele aponte seu canhão para Bolsonaro – o favorito – o que significará, mesmo sem nomina-lo, apoio a Haddad, mas sem prejuízos para os seus planos de comandar a oposição ao futuro governo.
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