Algumas gravuras do painel de grafite, simbolizando pássaros por liberdade, foram modificadas.
O I Festival Sertão & Diversidade teve sua culminância na noite deste sábado (18) com polêmica e censura. O motivo foi o painel de grafite pintado na parede lateral da praça do Centro Cultural Rachel de Queiroz, no Centro de Quixadá. Tão logo começou a ser postada na redes sociais, a arte, criada por participantes da oficina passou a receber criticas. Algumas gravuras denotavam erotização. A reação negativa levou a organização do evento a utilizar uma espécie de tapa-sexo nas imagens consideradas explicitas. Depois, uma delas foi apagada e a outra recebeu a gravura de uma rosa.
Diante da repercussão e da censura pública o painel colorido ganhou novas formas. Em protesto, o coordenador do Festival, roteirista Geraldo Cavalcanti, se manifestou com uma única frase: Não a todo tipo de violação à liberdade de expressão. Ele se referia à censura ao trabalho artístico, resultado da oficina de grafite. Pressionada, a administração municipal teria exigido a alteração do desenho original. Essa foi a divulgação feita nas redes sociais pela organização do Festival.
O painel de grafite, ao lado do Centro Cultural, tem 30 metros de extensão.
Posicionamento da Prefeitura
A Prefeitura de Quixadá informou que deu todo o suporte e apoio à realização do Festival. Foram aportados apoios financeiro e estrutural à iniciativa, considerando a importância e necessidade do debate proposto pelo projeto. Em nenhuma circunstância foi cerceada qualquer expressão artística e acima de tudo mensagens e opiniões culturais.
“Privamo-nos em fazer qualquer juízo de valor sobre as ações desenvolvidas pela organização do evento e seus participantes e às diversas opiniões que circularam nas redes sociais.Destacamos que prefeitura de Quixadá repudia toda manifestação preconceituosa, racista, homofóbica, misógina e de violência e reafirma seu compromisso com os quixadaenses por uma cidade mais amorosa para todos e todas“, acrescento a Nota enviada ao Diário do Nordeste.
Proposta positiva
Mesmo assim, na sua primeira edição, focada no público de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs), a proposta atingiu seu objetivo. Atraiu a atenção da sociedade para o movimento e para a programação, que teve início na quinta-feira (16) com a participação especial do ator Silvero Pereira e se encerrou na noite deste sábado (19) com a exibição de três filmes do gênero e um show, A vibe, na Praça da Cultura
Na Mandala de prosa, uma das oficinas do Festival, realizada na Faculdade de Educação Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc) foram discutidos vários temas relacionados ao público LGBT. Nos debates foram discutidos: a identidade de gênero e orientação sexual no ambiente escolar; representatividade LGBT no Sertão; sexo, saúde e prevenção e avanços e desafios das políticas públicas LGBT.
Na “Mandala de prosa”, realizada no auditório da Feclesc, o público LGBT discutiu vários temas.
Na programação também teve uma oficina de maquiagem Drag Queen, no Centro Cultural.
O painel de arte em grafite, pintado a muitas mãos, tinha um colorido e temática especial.
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