Campanha surpreendente do Equador se explica pela fome de vencer e pelo ritmo intenso
18/11/2015 - 17:56 por admin
Líder das Eliminatórias Sul-Americanas, com 100% de aproveitamento, melhor ataque e melhor defesa. Surpreendentemente, esta equipe é o Equador, ao término das 4 primeiras rodadas e do ano de 2015. Apesar da pouca tradição e do elenco humilde, se comparada aos adversários, a seleção “tricolor” está fazendo por merecer vencer cada jogo.
A carta de intenções da seleção equatoriana foi dada logo na estreia, diante de nada mais nada menos que a Argentina, fora de casa. Os comandados de Gustavo Quinteros não se assustaram com o “bicho papão”, jogaram de igual para igual e, com muita fome, foram mais agudos e eficientes.
Os dois gols da “zebra” aconteceram apenas depois dos 35 minutos do segundo tempo, quando a alviceleste cansou e deixou mais espaços para o visitante acreditar, chegar ao ataque com mais frequência e alcançar o objetivo.
Entretanto, a rede argentina poderia ter balançado mais vezes durante toda a partida. Na velocidade, o Equador chegou ao gol até com facilidade, principalmente pela direita com o “papaléguas” Valencia, mas perdeu as oportunidades por falta de competência no último passe ou na finalização.
Apesar das deficiências, a surpresa sul-americana não tem medo de arriscar: pressiona a saída de bola da outra equipe, tenta passes nas costas da defesa adversária e finaliza sempre que possível.
O roteiro se repetiu na segunda rodada, com nova vitória por 2 a 0, desta vez sobre a Bolívia em casa. Os tentos aconteceram novamente faltando 10 minutos para o fim do jogo, o que mostra o preparo físico e a gana de vencer da equipe tricolor.
Jogo solto
Com um início inesperado, o Equador se soltou nas rodadas seguintes e conseguiu emplacar um jogo ofensivo ainda mais intenso e rápido – que, em contrapartida, expõe a defesa. Com a ajuda da altitude de Quito, a dona da casa bateu o Uruguai pelo placar de 2 a 1, que poderia ser ainda mais gordo. E mais um “gigante” do continente se rendeu ao “azarão” e à sua dupla de ataque inspirada e mortífera: “Felipao” Caicedo e Fidel Martínez.
Contra a lanterna Venezuela, o time de Quinteros não tomou conhecimento, abriu 3 a 0, mas acabou sofrendo um gol por causa das suas constantes e inocentes falhas defensivas (principalmente pelo meio, que deixa muitos buracos), que se repetiram em todos os jogos e pode ser o “calcanhar de Aquiles” da equipe para conquistar ou não uma vaga na Copa do Mundo da Rússia 2018.
Fazendo diferente
A ótima campanha do Equador também é fruto das atuações individuais. Domínguez tem fechado o gol com segurança; Paredes e Walter Ayoví estão fechando bem as laterais na defesa e apoiando o ataque com qualidade; Noboa tem dominado o meio-campo; Valencia é uma flecha pela direita quando joga; e Martínez e Caicedo já fizeram, juntos, 6 dos 9 gols da seleção (sendo 4 apenas do “Felipao”).
O sucesso é dividido com o treinador Quinteros, que assumiu a seleção após a Copa do Mundo do Brasil em 2014 (quando a equipe foi eliminada ainda na fase de grupos) e deixou a formação mais equilibrada. Ele levou o capitão e dono das bolas paradas Ayoví para a lateral-esquerda (que ganhou força), inseriu meias mais rápidos e vigorosos e apostou em uma nova dupla de ataque (ainda sem Enner Valencia, considerado o principal jogador avançado da seleção).
O cenário é de deixar os equatorianos esperançosos. Nas Eliminatórias para 2014, a seleção começou com duas vitórias e duas derrotas nos quatro primeiros jogos que disputou e ainda chegou ao 4º lugar, com 25 pontos. As quatro primeiras colocadas vão direto para o Mundial e a 5ª irá disputar a repescagem.